Um dia peguei a estrada com os beatniks e me deixei levar. Chamei Whitman e saí a procura de mim. Conheci a história de Jose Martí, de Bolívar e de San Martin. Das revoltas indígenas no Peru e dos mineiros na Bolívia. Li contos e li poesia. Li as veias abertas e o canto geral. Li Galeano e li Neruda. Antes, li Cervantes. Depois adentrei por Gabriel García Márquez, Ernesto Sabato, Rulfo, Schlee, Cotázar e outros mais. E quando me vi, me vi no espelho de Borges. Conheci o cinema do cubano Gutierrez Alea e do argentino Fernando Solanas. Conheci o teatro El Galpón e ouvi o Tarancón. Ouvi a voz de Violeta Parra de Zitarrosa e de Victor Jara . Ouvi o bandoneón de Piazzolla e o silêncio de Atahualpa. Fui longe, eu sei. Só não sei o porquê de buscar caminhos tão longe se Jaguarão não é longe se Jaguarão é tão perto. Enfim, é quase sempre assim: se busca longe o que está perto. Tudo que vi li e ouvi está aqui - na palma da minha mão. Boa audição.
Enilton Grill
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