quinta-feira, 31 de março de 2011

Letra musicada por Hélio Ramirez e cantada no show do Caminhos de Si na Enfermaria Militar

O sal que verte no olhar


Do cerro do Matadouro

Chegava tropa e mais tropa

Restava a carne e o couro

Que a vida não tinha volta


O sal que vinha de Cádiz

Pra alimentar as charqueadas
Cobrava a vida do gado
E o sangue das mãos escravas

Mas que força é que separa
Os homens por suas cores
Se todos têm em sua alma
Iguais espinhos e flores?

Assim cresceram as cidades
Neste sul do continente

O sal...o suor...o charque

A confundir gado e gente

Às vezes... um fim de dia

Chegando em rubro sol-pôr

Mesclava em água e sangria
Dois rios e uma mesma cor

Mas que razão determina
A casa grande e a senzala?
Que lei humana ou divina
Justifica a dor escrava?

Restaram as cercas de pedra
Os casarões, as fachadas
E uma história que espera
Por ser ainda contada


Martim César

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